Como funciona o Brainscape?

Frequentemente, as pessoas entram em contato conosco com a mesma dúvida: “como funciona o Brainscape?“.

Neste artigo, vamos responder essa dúvida e lhe mostrar como a ciência cognitiva torna o Brainscape tão diferente dos flashcards comuns.

Como você já deve ter percebido ao longo de sua experiência com estudos, os flashcards podem ser uma das ferramentas mais eficazes para ajudá-lo a fixar um conteúdo.

O Brainscape leva isso para o próximo nível, aplicando algumas técnicas de aprendizado cientificamente comprovadas ao processo de estudo.

Os flashcards comuns já são ótimos

Os flashcards de papel são uma ferramenta de estudo popular há centenas de anos, graças a dois importantes princípios de aprendizado que os tornam tão eficazes:

Active recall

Também chamado de “lembrança ativa”, este é o processo de recuperar “ativamente” uma resposta correta em sua mente, em vez de simplesmente “reconhecer” a resposta correta entre várias opções (testes de múltipla escolha) ou em uma página de um livro ou resumo. De acordo com o guia prático do Departamento de Educação dos EUA (Pashler et al., 2007), “testes que exigem que os alunos se lembrem ativamente de informações específicas promovem diretamente o aprendizado e ajudam os alunos a lembrar das coisas por mais tempo”.

Por exemplo, vamos dizer que você está precisando estudar para uma prova de Biologia que, entre outras matérias, vai cobrar o assunto de genética.

Você, então, escreveu tudo sobre esse tema no seu caderno ou, talvez, tirou “xerox” do caderno daquela sua amiga perfeccionista, e tem a seguinte frase:

– “O elemento utilizado no estudo de Mendel foi a ervilha”.

O próximo passo para que você decore essa informação é ler por repetidas vezes até ficar bem sedimentada no seu cérebro. Esta sequência é o que a maioria das pessoas fazem e tem um nome: Passive Review, ou, em português, revisão passiva.

Diferente disto, você pode começar, a partir de hoje, a perguntar-se:

– “Qual elemento foi utilizado no estudo de Mendel?” ou “A ervilha foi usada no estudo de qual cientista?”.

Exemplificando: primeiro você vê a pergunta:

Depois, segundo o conceito de Active Recall, você tentará “forçar” seu cérebro a buscar essa informação e, só depois de ter respondido para si mesmo, conferir a resposta.

A ideia de fazer essa técnica pode até dar certa preguiça, afinal, é muito mais fácil apenas ler o que está na sua frente, não é?

Acontece que estudos já compararam as duas formas de estudar e chegaram à conclusão de que o Active Recall é bem mais eficiente que o Passive Review, de forma que esse pequeno esforço a mais garante um resultado muito melhor e, dos muitos mecanismos neurológicos envolvidos, é bem fácil de compreender.

Repetição

Já sabemos que quanto mais vezes você revisar um conceito, mais você se lembrará dele. Como diziam os antigos romanos: Repetitio mater studiorum est, ou “a repetição é a mãe de todo aprendizado”. Os flashcards ajudam você a maximizar o número de vezes que você revisa cada conceito em um determinado período de tempo, dividindo o conhecimento em “blocos menores de conceitos” para facilitar a repetição.

A reexposição a uma informação resulta em uma nova curva de memória (M2) com um traço inicial mais forte. (Slamecka & McElree, 1983)

Como o Brainscape turbina seu aprendizado com flashcards?

A tecnologia de estudo na web e móvel do Brainscape torna os flashcards tradicionais mais interativos, ao mesmo tempo em que aplica padrões de aprendizado adaptáveis para ajudá-lo a aprender mais rápido e lembrar por mais tempo.

Chamamos nossa técnica de Confidence-Based Repetition (CBR) ou Repetição Baseada em Confiança. É uma combinação dos benefícios tradicionais dos flashcards mais duas outras técnicas da ciência cognitiva:

Metacognição

O Brainscape força você a refletir sobre seu próprio conhecimento quando, ao exibir cada resposta, o Brainscape lhe pergunta (em uma escala de 1 a 5): “Quão bem você sabia disso?”. Veja:

Sadler (2006) mostra que o ato de avaliar o próprio julgamento de aprendizagem é uma das formas mais eficazes de aprofundar um traço de memória.

Essa é uma das etapas mais importantes do Brainscape pois, de acordo com a sua nota (1 a 5), o flashcard se repetirá mais ou menos vezes.

Então, capriche nessa etapa para não atrapalhar o algoritmo de repetição espaçada, combinado!?

Repetição espaçada

De acordo com sua confiança em cada flashcard, o Brainscape determina com que frequência deverá repeti-lo, sendo a nota 1 aparecendo com mais frequência e a nota 5 raramente.

Portanto, se você deu a nota 1, 2 ou 3, provavelmente esse flashcard voltará para você em apenas alguns minutos. Mas, se você deu a nota 4 ou 5, esse flashcard reaparecerá em algumas horas ou dias. Ou seja, quanto menor a sua nota, mais o flashcard se repete, pois o algoritmo entende que você ainda não sabe aquele conceito. Da mesma forma, quanto maior a nota, menos ele será repetido – mas num tempo ideal para você não esquecer aquilo que já aprendeu.

Isso otimiza o intervalo entre a repetição de cada flashcard, maximizando assim a quantidade de conhecimento que você pode aprender (ou solidificar) em um determinado tempo.

Bahrick & Phelps (1987) mostram que o intervalo ideal de repetição espaçada é a maior quantidade de tempo antes que você tivesse esquecido o conceito. O Brainscape, essencialmente, garante que seu padrão de repetição seja o mais próximo possível desse intervalo.

Estamos avançando na prática de repetição espaçada que os educadores vêm recomendando há décadas e aprimorando a tecnologia do Brainscape para melhorar cada vez mais o seu aprendizado.

Fontes citadas acima:

Bahrick, H. P., & Phelps, E. (1987). Retention of Spanish vocabulary over 8 years. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition, 13, 344–349.

Berthold, K., Nückles, M., and Renkl, A. (2007). Do learning protocols support learning strategies and outcomes? The role of cognitive and metacognitive prompts. Learning and Instruction, 17, 564-577.

Karpicke, J., & Roediger, H. (2006). Repeated retrieval during learning is the key to long-term retention. Journal of Memory and Language. Vol. 57, No. 2, 151-162.

Kerly, A., and Bull, S. (2008). Children’s Interactions with Inspectable and Negotiated Learner Models. In Woolf, B., et al. (Eds.), Lecture Notes in Computer Science (pp. 132-141).

Springer-Verlag, Berlin Heidelberg. Kornell, N., & Metcalfe, J. (2006). Study efficacy and the region of proximal learning framework. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition. Vol. 32, No. 3, 609-622.

Moreno, J., and Saldaña, D. (2004). Use of a computer-assisted program to improve metacognition in persons with severe intellectual disabilities. Research in Developmental Disabilities, 26(4), 341-357.

Nelson, T.O., & Dunlosky, J. (1991). When people’s judgments of learning (JOL) are extremely accurate at predicting subsequent recall: The delayed-JOL effect. Psychological Science, 2, 267-270.

Pashler, H., Bain, P., Bottge, B., Graesser, A., Koedinger, K., McDaniel, M., & Metcalfe, J. (2007). Organizing instruction and study to improve student learning. Institute for Educational Sciences practice guide, U.S. Department of Education.

Sadler, P. (2006). The Impact of Self- and Peer-grading on Student Learning. Educational Assessment. Vol. 11, No. 1, 1-31.

Son, L. K. & Metcalfe, J. (2000). Metacognitive and control strategies in study-time allocation. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition, 26, 204-221.